Atualizando informações ...

POESIA REUNIDA CRUZ E SOUSA

Ref: 9786584832299
Marca: Assírio & Alvim
Disponibilidade: Disponível em 1 dia útil
* Aqui sua compra é 100% segura, compre com tranquilidade.
Simulador de Frete
- Calcular frete
Frete e prazo de entrega
Descrição Geral

A poesia reunida de Cruz e Sousa coloca sob a luz contemporânea o principal expoente do Simbolismo brasileiro, vértice da literatura hoje considerada “negra”, isto é, feita por poetas negros e que trata de sua condição na sociedade, com introdução e organização do poeta e dramaturgo Marcelo Ariel.

Traz na íntegra seus livros, a partir de Missal e Broquéis, publicados em 1893, seus poemas iniciais, inclusive  Julieta dos Santos (1883) – pouco conhecido, escrito em homenagem à atriz mirim em cuja companhia dramática ele trabalhou – e as obras deixadas por ele inéditas: Poemas Cambiantes e Campesinas.

Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, filho de escravos alforriados. Teve acesso à educação formal graças ao apadrinhamento do ex-“dono” de sua mãe, Guilherme Xavier de Sousa, militar condecorado na Guerra do Paraguai, seu padrinho, de quem, conforme o uso da época, ficou com o sobrenome, como uma marca. Durante toda a sua vida, sofreu com o preconceito racial e lutou contra a escravidão e o racismo.

 

Para sobreviver, trabalhou na Companhia Dramática Julieta dos Santos e, mais tarde, na Estrada de Ferro Central do Brasil, quando contraiu tuberculose, que o levou à morte em 19 de março de 1898. Era casado, tinha quatro filhos e 36 anos de idade.

 

Seu corpo, levado de Minas Gerais para o Rio de Janeiro num vagão de carga utilizado para o transporte de animais, foi sepultado com ajuda financeira de José do Patrocínio, com quem o poeta chegou a colaborar, escrevendo para o seu jornal, de cunho abolicionista.

 

A obra de Cruz e Sousa sempre foi considerada como clássica, dentro da corrente do chamado Simbolismo, cujos elementos são o rigor da forma, o uso da sinestesia (figura de linguagem que recorre a outros sentidos, isto, a visão, o tato e o olfato), a presença do misticismo e o pessimismo.

 

Sua importância, porém, vai muito além da forma: está na complexidade de sua poesia, cujos temas frequentes são a angústia, a pobreza, a morte e o preconceito racial, tema ainda presente e dos mais relevantes na sociedade contemporânea.

 

“Uma das características que podemos ressaltar da leitura das poesia de Cruz e Sousa seria a do hibridismo cultural, presente em seus versos, certamente derivado da transfiguração de suas leituras”, escreve Ariel, na introdução. “Cruz e Sousa antecipou o uso do conceito de antropofagia de Oswald e Mário de Andrade,  um uso lírico-erótico como aponta Paulo Leminski em seu ensaio biográfico: ‘Cruz é a classe dominada que quer comer a classe dominante”, escreveu. “Por isso, fantasia com ela, como fêmea.’”

 

Lembra Leminski que Cruz e Sousa foi o primeiro a usar o termo “tropicalismo” – e  também a levantar, em verso, a discussão sobre a condição do negro no Brasil.

 

Cruz e Sousa, aproximadamente em 1898.

 

 

OS AUTORES

 

Marcelo Ariel, organizador e prefaciador desta edição, é poeta, ensaísta e teatrólogo. Nascido em Santos-SP, em 1968, é autor de Tratado dos anjos afogados (Letra Selvagem), Ou o silêncio contínuo, poesia reunida 2007–2019 (Kotter Editorial — Prêmio Biblioteca Nacional 2020), Nascer é um incêndio ao contrário (Kotter, 2020), As três Marias no quadro de Jan Van Eyck (Fósforo/Luna Parque/Círculo de Poemas, CRUZ E SOUSA - POESIA REUNIDA 839 2022), Arcano 13 (Com Guilherme Gontijo Flores — Editora Quelônio, 2022), Escudos-Cinco R.A.Ps e um samba escritos com Cruz e Sousa; A vida de Clarice Lispector (Arte & Letra, 2023), A Hiperinclusão — Processos de cura da ferida colonial (N-1, 2024), Afastar-se para perto-Ficção-vida (Reformatório, 2024) e A água veio do Sol, disse o breu (Fósforo/Círculo de Poemas, 2024). Coordena desde 2016 cursos livres de escrita, poética e filosofia em São Paulo.

 

Ronald Augusto, autor do posfácio, é poeta e ensaísta. Licenciado em Filosofia pela UFRGS e mestre e doutorando em Letras (Teoria, Crítica e Comparatismo) pela mesma universidade, é autor de Puya (1987), Vá de valha (1992), Confissões aplicadas (2004), No assoalho duro (2007), Cair de costas (2012), Oliveira Silveira: poesia reunida (2012), Decupagens assim (2012) e A contragosto do Solo (2022), entre outras obras
Formas de Pagamento
Avaliações

Produtos visualizados

Carregando ...